quarta-feira, 8 de março de 2017

Mulher no Século XXI

Ser mulher no Século XXI, as vezes me deparo com o que é ser mulher na atualidade, fico me questionando será que com os direitos que nos mulheres constituímos ao longo dos séculos de fato acarretou em melhores qualidade de vida para nós.
Hoje temos o direito de escolher nossos parceiros, por afinidade, por amor, por reforçamento positivo, sem ser uma imposição de nossos pais, contudo as relações são efêmeras, é uma eterna busca de aproximação e descarte, as relações são baseadas em quem demonstra menos sentimento, quem é menos insensível e ao misero desentendimento o relacionamento é descartado e um novo "match" no aplicativo pode ser dado. Será que isso faz a mulher mais feliz? Será que faz parte da natureza feminina essa ausência de afetos e vínculos verdadeiros? Acredito que não.
Hoje temos o direito de trabalhar formalmente, exercer nossas profissões, contudo temos uma jornada dupla de trabalho, enfrentando os mais diversos desafios no ambiente de trabalho e chegar em casa para o merecido descanso e ter uma casa inteira para dar conta, além disso apesar de fazemos as mesmas funções dos homens, temos muitas vezes salários diferenciados e descredito profissional.
Hoje temos o direito a usar a roupa que queremos, contudo nossas escolhas deve ser baseada no nosso tipo físico para não ser julgadas, se somos altas, baixas, magra ou gorda demais, não nos enquadramos no perfil social, na ditadura da beleza imposta pela mídia e dessa forma nossa liberdade de escolha de roupa é apenas ideológica, não somos de fato livre, somos moldadas desde o nascimento para aquilo que esperam de nós.
Hoje temos o direito a liberdade sexual, contudo se ocorrer algo inesperado, como um anticoncepcional não funcionar ou uma camisinha estourar, não temos o direito de interromper uma gestação em nosso corpo ou de dar para adoção, como se todas mulheres devessem nascer com um "instinto materno" em que é consequentemente levada a algum momento ser cuidadora, ser mãe, nossa liberdade é apenas ilusória.
Hoje temos o direito de ir vir, desde que não seja tarde da noite ou desacompanha, porque se formos estupradas, agredidas, mortas será porque estávamos desacompanhadas, será porque estamos andando a noite, a culpa não será do agressor, do violentador, mas sim da vitima que "não se preveniu". Ainda vemos inversão de valores.
Hoje temos o direito a lei maria da penha em caso de agressão domestica, mas quantas vezes ainda escutamos que a mulher "mereceu apanhar" quantas vezes não escutamos esse discurso da boca de próprias mulheres.
São questionamentos que se faz presente ainda hoje, antes de cobrar respeito do outro temos que aprender a nos respeitar, aprender a nos valorizar. Feliz dia da mulher.....

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